Quando observada do espaço, a atmosfera da Terra nada mais é do que uma fina
camada de gás ao redor de um enorme e volumoso planeta. Esse anel
gasoso externo e seu efeito (denominado efeito estufa) que
possibilitam a vida na Terra - e que poderão destruir a vida como a
conhecemos.
O Sol é a principal fonte de energia da Terra, uma estrela tão quente que podemos sentir seu calor a 150 milhões de quilômetros de distância. Seus raios penetram em nossa atmosfera e se irradiam sobre nosso planeta. Cerca de um terço dessa energia solar é refletida de volta ao Universo por geleiras reluzentes, pela água e por outras superfícies brilhantes. Dois terços, entretanto, são absorvidos pela Terra, aquecendo terras, oceanos e a atmosfera. Grande parte desse calor irradia-se de volta ao espaço, mas uma parte é armazenada na atmosfera. Esse processo é denominado efeito estufa. Sem ele, a temperatura média da Terra seria de gelados -18º Celsius, mesmo com o fornecimento constante de energia pelo Sol.
Em um mundo como esse, a vida na Terra provavelmente jamais teria emergido do mar. Graças ao efeito estufa, todavia, o calor emitido pela Terra é capturado na atmosfera, proporcionando-nos uma temperatura média agradável, de 14ºC. Esse é o "efeito estufa normal".
Por outra parte, nossa atmosfera é formada, 98%, por nitrogênio, oxigênio e argônio, mas
eles não absorvem quantidades expressivas de radiação infravermelha e,
assim, não contribuem para o efeito estufa. São os componentes mais
exóticos, como vapor d’água, dióxido de carbono, ozônio, metano, óxido
nitroso e clorofluorcarbonetos que absorvem calor e, assim, aumentam as
temperaturas atmosféricas.
Estudos indicam que até cerca de 2,7 bilhões de anos atrás, havia tanto dióxido de carbono (CO²) e metano em nossa atmosfera que as temperaturas médias da Terra chegavam a 70ºC. Mas bactérias e plantas lentamente transformaram o CO² em oxigênio, e a concentração de CO² em nossa atual atmosfera caiu para cerca de 0,038%, ou 383 partes por milhão (ppm), uma unidade de medida usada para concentrações muito baixas de gases, que se tornou uma espécie de moeda em debates sobre mudança climática.
A queima de
combustíveis fósseis (carvão e petróleo) por indústrias de veículos
automotores e as querimadas em florestas e áreas agrícolas foram os
principais responsáveis pelo aumento da quantidade de dióxido de carbono
(CO²) na atmosfera. Esse aumento é o que intensifica a retenção de
calor na superfície terrestre, alevando a temperatura global. Esse é o efeito estufa que preocupa.
O Brasil é um grande emissor de gás carbônico, lançando anualmente na atmosfera cerca de 200 milhões de torneladas desse gás. O fator mais triste e preocupante é que 70% dessas emissões são provenientes de queimadas e desmatamentos.
O Brasil é um grande emissor de gás carbônico, lançando anualmente na atmosfera cerca de 200 milhões de torneladas desse gás. O fator mais triste e preocupante é que 70% dessas emissões são provenientes de queimadas e desmatamentos.
Quando falamos de outros países, a preocupação é outra, porém tão intensa como a contribuição brasileira para o aumento do calor prejudicial em nossa atmosfera. Se as geleiras continuarem a derreter por conta do calor, o nível do mar consequentemente subirá. Se o nível do mar subir 1m, 17,5% do território de Bangladesh ficará submerso. Ilhas do Pacífico do Sul, com poucas altitudes ficarão ameaçadas. E de fatos já ocorridos, duas ilhas do arquipélago de Kiribati já estão submersas.
Ainda que o termo “efeito estufa” seja uma denominação um tanto quanto
imprópria, ele ainda pode ser um termo útil para que todas as pessoas possam
entender esse processo natural que foi interrompido pelo homem, e seria demasiadamente complexo se chamado de outra
forma. A maioria das pessoas consegue entender o quanto uma estufa pode
se aquecer e ficar abafada. Mas agora, que a Terra começou a se aquecer,
percebemos que nossa própria estufa global não tem nenhuma janela que
possamos abrir para obter um pouco de ar fresco.
Adaptado de Geografia Geral do Brasil, editora Ática, 2011.
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